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A dor da perda

Por Rita Tierno - saberterapeutico@gmail.com



Falar sobre a perda de alguém querido sempre é muito difícil.


Faltam palavras, sobra impotência. Pessoas parecem atordoadas, sem capacidade de pensar ou reagir.


Como alguém que já perdeu muitas pessoas na vida, posso dizer, baseada em minha experiência, que as palavras ditas ou ouvidas em momentos de perda, podem soar de maneira vazia, ocas, sem sentido, não trazendo o alívio esperado por quem as professa.


Certamente elas diminuem o sentimento de impotência, sentido diante da morte, sendo natural que o ser humano queira fazer algo para amenizar essa sensação desconfortável e limitante.


No meu caso particular, ajudou estar perto de pessoas que me entendiam , ao invés de tentarem expressar o que não dava para ser sentido, feito ou compreendido no momento da perda. O silêncio, a quietude e a presença dessas pessoas , sem a ansiedade por ajudar, me amparou mais do que palavras.


Em relação à minha dor, essa atitude foi vista e sentida como sinal de respeito e empatia; era o que eu precisava mesmo sem ter consciência disso. Saber que me era permitido desmoronar, explodir ou ficar em silêncio e que elas estariam ali, foi muito mais significativo do que uma enxurrada de palavras consoladoras, num momento em que a emoção supera a razão.


Quando alguém parte, sentimentos de ansiedade, medo da própria morte, tristeza, impotência, raiva e indignação, afloram, mostrando que cada um de nós reage de maneira singular; somado a isso, nos deparamos com o fato de que a vida não está totalmente sob nosso controle.


Às vezes, mesmo machucados por dentro, somos ponto de sustentabilidade e assim, requisitados a ajudar aqueles com maior dificuldade e menos estrutura psicoemocional para lidar com a situação.


A perda de mais uma pessoa querida, me fez sentir que a dor ficou maior pela impossibilidade de me despedir de quem partiu, de amparar ou ficar quieto ao lado de quem ficou , de abraçar e ser abraçado. Essa possibilidade foi rompida pelas restrições de mobilidade e liberdade devido à pandemia.


Estamos sendo exigidos em novas formas de demonstrar sentimentos, condolências e dor.


Saber que temos ao nosso lado pessoas disponíveis, mesmo sem a presença física, é de vital importância.


Encontrar a forma pessoal de se fazer presente, doando energia amorosa com intenção sincera em amparar, reconhecendo os sentimentos e a dor de quem perde alguém querido, certamente será muito bem vinda.


Se passar por uma situação de perda, exerça seu direito de sentir à sua maneira e peça ( sim peça!) o que precisa, seja quietude ou presença.


 
 
 

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