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Considerações sobre Fadiga Pandêmica

Atualizado: 15 de fev. de 2021

Por Rita Tierno / 15.01.2021 / psicologiasaudenarede@gmail.com


O que vem a ser fadiga pandêmica?

Esse termo surgiu recentemente, em decorrência da pandemia que vivemos, porém ainda sem consenso entre os especialistas.

Posso dizer, baseada em minhas pesquisas, que a fadiga pandêmica ocorre em situações de constante estresse e exaustão emocional.

Atualmente vivemos estressados, com grandes restrições de locomoção, fazendo várias atividades no mesmo local com a preocupação contínua de autoproteção o que acaba gerando sentimentos exaustivos.

A tendência é que as pessoas comecem a diminuir os cuidados consigo e com os outros, pois estão fatigadas. Neste estado, muitas vezes, acabam encontrando formas para burlar esse cuidado de maneira sistemática e contínua, com justificativas plausíveis e aparentemente coerentes.

Além disso, sintomas como cansaço, desânimo, dificuldade de concentração, impaciência, falta de vontade e insônia podem ocorrer indicando que algo está errado. Procure orientação adequada. Atendimentos online estão disponíveis em várias áreas, facilitando muito o acesso aos profissionais habilitados na área da saúde.

As pessoas estão convivendo há muito tempo com inseguranças, dúvidas, alterações na rotina, afastamento social e tudo isso pode levar a situações depressivas, medos e incertezas. Em alguns casos, pode ocorrer o que a Psicologia chama de negação, que é um mecanismo de defesa inconsciente que procura evitar conflitos emocionais existentes pela recusa em vivenciar pensamentos, sentimentos, fatos que são intoleráveis.

Quando utilizado por pouco tempo, esse mecanismo pode ser considerado saudável, pois dá ao indivíduo um tempo para elaborar seus conflitos e de adaptar-se. Quando resulta em comportamentos alienantes e prejudiciais a si mesmo e aos outros é necessário buscar ajuda.

Existe um sentimento de frustração, desconforto, tempo perdido, revolta, medo e raiva pela situação atual, totalmente justificável, humano, mas que precisa ser direcionado para atitudes sadias de autocuidado.

Os alertas sobre as festas de final de ano refletem bem essa situação. Apesar de terem sido exaustivamente repetidos e anunciados, hoje o número de casos supera a primeira onda de contaminação.

Seres humanos muitas vezes sentem-se assim quando estão diante de situações que não controlam e não entendem. As comemorações de final do ano, poderiam ter servido como alívio, válvula de escape, para dar a impressão de que tudo continuava bem?

O ano de 2020, em particular, obrigou as pessoas a olharem mais para si e muitos encontraram dificuldades em conviver consigo.

Perceber anseios, decepções, angústias, inseguranças e reações frente ao desconhecido assusta. Exageros quanto a comida, bebida, vícios em geral podem acontecer nessas situações.

Esse contexto sempre existiu, mas era mascarado pela rotina, preocupações, correria do dia a dia ou cansaço. Hoje estamos frente ao espelho e precisamos olhar quem está do outro lado, com carinho e respeito, apesar das falhas, transformando esse momento em oportunidade de vida.

Você fez uma avaliação do ano que passou?

Caso não tenha feito, essa pode ser uma ótima ocasião para fazê-lo.

Você percebeu as suas vitórias e aprendizados ou só viu suas limitações e perdas?

Somos seres em evolução, portanto acertamos e erramos. Precisamos olhar para nossas superações com o mesmo afinco dedicado aos nossos erros ou defeitos.

Reuniões, festas, encontros para um bate-papo de forma virtual com direito a café e bolo, aproximaram muitas famílias durante esse período, mesmo sem ser de forma presencial.

Empresas e empreendedores se reinventaram, presentes e cartões de Natal chegaram pelos correios, mesmo que atrasados. Momentos de superação!

Oportunidades de reavaliar as reais necessidades, de abrir mão do que não serve mas ainda faz parte de nossa vida estabelecendo novos caminhos.

Nossa criatividade pode ser positiva ou negativa. Podemos tirar o melhor ou o pior de cada momento.

Não falamos de um positivismo alienante que encobre tudo de ruim que acontece, mas da habilidade de enxergar uma luz no final do túnel, de buscar formas, meios de se reinventar e sobreviver.

Hoje temos recursos oferecidos pela internet que se mostraram essenciais desde que usados com sabedoria e discernimento; encontros virtuais, cursos, atividades físicas, leitura de livros de forma individual ou em grupo, grupos de debate ou estudos, compra de alimentos, ajuda a um vizinho idoso ou a uma comunidade, solidariedade aos médicos e, telefonar para amigos, são algumas das possibilidades.

Estabelecer uma agenda e locais diferentes para realizar as atividades diárias. Evitar estudar na cama, trabalhar no sofá, ficar de pijamas o dia inteiro são técnicas utilizadas para diferenciar as tarefas e evitar misturar tudo no mesmo pacote.

Pausas para tomar um café, esticar as pernas, tomar ar fresco são recomendáveis e trazem alívio inesperado.

Nunca a criatividade foi tão requisitada. Existem exemplos surpreendentes!

Nem tudo são flores, mas a empatia, compromisso, responsabilidade trazem ganhos significativos a toda humanidade. Todos podem sair melhores desse momento.

Temos observado que pessoas ensinam ao mundo o sentido da solidariedade e da ajuda, enquanto outras, trazem desinformação e preconceito. Nossa liberdade está no fato de escolhermos a atitude frente a tudo que ocorre ao nosso redor.

Ser melhor, ajudar, se cuidar, evitar ficar doente e arriscar a saúde de terceiros depende principalmente de nós!


Referência bibliográfica :

Anderson Mattozinhos - dezembro de 2020. Disponível em

Michelle Roberts - Editora de saúde da BBC News- 6 de outubro de 2020. Disponível em

Cristiane Sampaio- Brasil de Fato | Fortaleza (CE) | 23 de Dezembro de 2020 às 08:14. Disponível https://www.brasildefato.com.br/2020/12/23/sobreviver-neste-momento-nao-e-pouca-coisa-diz-o-psicanalista-christian-dunker

Portal da Cidade Brusque - Postado em 14/12/2020 às 12:35. Disponível em https://brusque.portaldacidade.com/noticias/saude/o-que-e-a-fadiga-pandemica-e-como-supera-la-3933

Pedro Martins - postado em 22 de março de 2016. Disponível em


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